segunda-feira, 11 de julho de 2011

Caracteres Taxonômicos

Algumas serpentes, mesmo com registros fotográficos, são de dificil identificação, decidi colocar algumas características mais esperíficas para identificar esses bixos.

  • Escamas da cabeça - As escamas cefálicas apresentam grande importância taxonômica, principalmente nas Famílis Colubridae e Dipsadidae (Figura 1), mas tambem usada para identificar outras famílias, como por exemplo a família Boidae que apresentam estas escamas em desordem.

Figura 1: Cabeça de Colubridae, vista dorsal (1), lateral (2) e ventral (3); Nomenclatura das escamas: f, frontal; i1, i2 e i9, primeira, segunda e nona infralabial; in, internasal; l, loreal ou frental; n, nasal; p, parietal; pf, prefrontal; pma, post-mental anterior; pmp, post-mental posterior; po, pré-ocular; pto, post-oculares; r, rostral; s1, s2, s8, primeira, segunda e oitava supralabiais; sy, sinfisial; t, temporais; *, primeira ventral. Fonte: Vanzolini et al. (1980).


  • Número de Fileiras das Escamas Dorsaris - Essa etapa exige um pouco mais de atenção e paciência, ela se resume na contagem de fileiras de escamas da região dorsal do animal (Figura 2), lembrando que se deve contar nas 3 regiões: 1) a nível do pescoço, sendo considerado essa região como o comprimento da cabeça atrás do canto da boca; 2) no meio do animal, ou seja, o meio caminho entre a cabeça e a placa anal do bixo; 3) na região de aproximadamente 1 ou 2 cabeças á frente da placa anal. a importância de se contar nesses 3 pontos é para verificar se há ou não redução no número de escamas.

Figura 2: Esquema de escamas dorsais de um colubrídeo, demonstrando a maneira de contar o número de fileiras. Á esquerda, indicação esquemática de quilhas simples; no meio, de quilhas duplas; á direita, dois tipos de fossetas apicais (simples e dupla). Fonte: Vanzolini et al. (1980).


  • Tipos de Escamas Dorsais - Além da contagem das fileiras tambem se verifica se conta com a presença de escamas quilhadas (Figura 2), estas podendo ser simples ou duplas e podendo aparecer em todo corpo do animal ou apenas algumas fileiras.
  • Fossetas Apicais das Escamas - Muitas espécies de serpentes apresentam, próxima a ponta da escamas, áreas claras, tradicionalmente denominadas de fossetas apicais (Figura 2). Essa característica apresenta grande variação de espécia para espécie, podendo ser dupla ou simples, simétrica ou assimétricas, enormes ou minúsculas e etc... variando tambem de região para região e de exemplar para exemplar, portanto, é um ponto que se deve tomar um certo cuidado.
  • Número de Escamas Ventrais - Consiste basicamente na contagem das escamas ventrais do animais, onde é considerada a primeira escama ventral, aquela cujo a largura é maior que o comprimento (Figura 1) e como última, a que precede a anal.

  • Placa Anal - Escama que cobre a frente da fenda anal, podendo ser dividida ou simples.

  • Escamas Sub-Caudais - Semelhante a placa anal, pode ser dividida ou simples, e a contagem deve ser feita com atenção, se verificando se a cauda ainda está totalmente preservada, pois no meio selvagem é comum de se ver mutilações nessa região.
  • Pupila - Se verifica também a pupila do animal, podendo ser redonda ou vertical. Uma curiosidade sobre essa característica é que ela contribui com informações ecológicas sobre a espécie, onde as serpentes que apresentam pupila redonda, geralmente estão associadas com uma maior atividade no período diurno, enquanto as com pupila vertical se associam com atividade noturna.

  • Dentição - As Serpentes contam com 4 tipos de dentição, que são modificados de acordo com os habitos da espécies, são eles: 1) Aglifa - não possuem dentes inoculadores de venenos, e mesmo algumas espécies apresentando dentes maiores, estes não são sulcados; 2) Opistóglifa - considerada como serpentes semi-peçonhentas, apresentam seus dentes inoculadores na regiões posterior do maxilar superior; 3) Proteróglifa - Apresentam dentes não retráteis e sulcados na região anterior do maxilar superior; 4) Solenóglifa - Apresentam dentes sulcados e retráteis na região anterior do maxilar superior.


Literaturas recomendadas para identificação de serpentes.

FERRAREZZI, H. & MONTEIRO, A.E.G. (s/d). Chave Para Determinação De Gêneros De Serpentes Sul-Americanas. Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo; Laboratório de Herpetologia, Instituto Butantan, São Paulo.


MARQUES, O.A.V. et al., 2001. Serpentes da Mata Atlântica. 1. ed. São Paulo: Holos, 185p.

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